Versos de autoria de D. Aurelina Cabral Bruno, minha mãe, escritos em 2001:
I
Lá vai o meu coração
Na forma de uma flor
Vai pedindo Pão-por-Deus
A quem tenho tanto amor.
II
Lá vai o meu coração
Na asa de um passarinho
Vai pedindo o Pão-por-Deus
Ao meu querido amorzinho.
III
O pedir é vergonhoso
Para quem vergonha tem
Eu como não tenho vergonha
Peço Pão-por-Deus ao meu bem.
IV
Lá vai o meu coração
Passando matos e serras
Vai pedindo o Pão-por-Deus
À linda flor desta terra.
V
Fui ao jardim passear
Encontrei os olhos teus
Amor-perfeito me disse
Que eu pedisse o Pão-por-Deus
VI
Lá vai o meu coração
Já que eu não posso ir
Vai levar lembranças minhas
Pão-por-Deus vai lhe pedir.
VII
Lá vai o meu coração
Na asa de uma marreca
Vai pedindo o Pão-por-Deus
Nem que seja uma boneca.
VIII
Lá vai o meu coração
Na forma de um barquinho
Vai pedindo o Pão-por-Deus
Ao meu querido benzinho.
IX
As palmas de tuas mãos
São finas, deliciosas
Mandai-me o Pão-por-Deus
Meu lindo botão de rosa.
Já estes versos são da minha lavra:
Lá vai meu Pão-por-Deus
Recortado com tesoura
Dobra e corta, feito renda
Escreve um verso
Pede u’a prenda.
Lá vai meu coração
Colorido e recortado
Perguntar pra aquele moço
Se quer ser meu namorado.
Lá vai meu Pão-por-Deus
Nas asas de um passarinho
Vai pedir pro meu benzinho
Um cartão e uma prenda.
Caso ele, pobre, sem renda
Nada tenha a me ofertar
Aceito um abraço, um beijinho
E um convite pra dançar.
Lá vai meu coração
Vai dizer pro meu amor
Que sem ele não tem graça
Nem a rosa, nem o Sol, nem a Lua na vidraça.
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