Um, dois, três
Um, dois, três.
lá vai outra vez
o gato maltês
a correr atrás
da franga pedrês,
talvez a mordesse
apenas no pé,
o sítio ao certo
não sei bem qual é
(quatro, cinco, seis),
ou só lhe arranhasse
a ponta da crista,
e talvez nem isso,
seria só susto,
ou nem sequer mesmo
foi susto nenhum:
sete, oito, nove,
para dez falta um.
In Aquela Nuvem e Outras (1986), Eugénio de Andrade