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domingo, 12 de outubro de 2014



"ARRE, BURRO", ANTÓNIO MANUEL COUTO VIANA 





Quando a veloz motorizada
lhe demora a pegar
e começa a tossir e a espirrar
o João não faz mais nada,
dá-lhe um grito, um berro, um urro:
«Arre, burro!»
E pela rua fora,
bate-lhe a toda a hora,
com o boné,
como se fosse um chicote.
Por isso a gente que o vê,
inquieta,
supõe que a
motocicleta
vai a trote.
E com espanto e desdém
diz que o João não regula bem.


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